Powered By Blogger

sábado, 29 de setembro de 2012

PSICOTERAPIA BREVE

As raízes da Psicoterapia Breve de orientação psicodinâmica se situam nos primeiros trabalhos desenvolvidos por S. Freud no início da Psicanálise, quando realizava atendimentos clínicos de curta duração e eficazes, aplicando uma técnica rápida e objetiva. Essa prática foi posteriormente modificada por ele em razão de um desenvolvimento da sua teoria na direção de uma formulação mais complexa.
Foi S. Ferenczi o primeiro discípulo de Freud a propor técnicas ativas para diminuir a duração do tratamento psicanalítico que, com a colaboração de O.Rank, em 1924, introduziu, no universo psicanalítico, novos conceitos que viriam a se tornar básicos para a Psicoterapia Breve atual. Já nessa época, eles enfatizaram a maior importância dos fatos da vida atual do paciente em comparação com suas experiências infantis.
Antecipando a atual abordagem cognitiva, entenderam que se deveria utilizar os processos intelectuais para modificar fatores emocionais na experiência dos pacientes. Propuseram, ainda, o estabelecimento de uma data para o término do tratamento e se referiram à importância do nível de motivação do paciente como fator de fundamental relevância para o sucesso do tratamento.

Em 1946, F. Alexander e T. French introduziram, ainda no campo da Psicanálise, o conceito de Experiência Emocional Corretiva - um dos conceitos fundamentais da atual técnica de Psicoterapia Breve."Franz Alexander chegava mesmo a propor que seu modelo terapêutico fosse considerado como uma 5ª etapa da evolução da Psicanálise. Sabemos hoje que, na verdade, o que ele estava propondo era uma abordagem terapêutica diferente, que viria a ser o fundamento da técnica atual de PB". ( Lemgruber, V., 1997b,pg.20)A história da Psicoterapia Breve segue-se com o surgimento de terapias modernas e dinâmicas através dos estudos de D.Malan - responsável pelo conceito de Foco - J. Mann, P. Sifneos, H. Davanloo e M. Balint. Posteriormente surgem as terapias comportamental e cognitiva, assim como os primeiros manuais de P.B. de orientação psicodinâmica, até chegarmos aos tempos atuais com o modelo integrado da psicoterapia e farmacologia, resultado do entendimento moderno de uma abordagem psicoterapêutica que considera a integração cérebro-mente, fortemente embasado pelos últimos estudos das Neurociências.
Na América Latina, a P.B. se desenvolveu, em primeiro lugar, na Argentina sob a influência da Psicanálise inglesa representada pelo grupo da Tavistock Clínica, especialmente Malan e Balint. Integram com destaque o grupo argentino, H. Kesselman - que publicou, naquele país, o primeiro livro sobre o assunto - Fiorini, autor que enfatizou o conceito de Experiência Emocional Corretiva e M. Knobel, que se radicou no Brasil, desenvolvendo seus estudos na UNICAMP, em São Paulo.

No Brasil, a 1ª publicação sobre o tema Psicoterapia Breve, ocorreu em 1984 com o livro "Psicoterapia Breve: a Técnica Focal", de Lemgruber, V., seguida em 1986 por Knobel. Além desses, também se destacam em estudos e pesquisas sobre Psicoterapia Breve um grupo de autores do Rio Grande do Sul, entre os quais Cordioli e Eizirick Aguiar e, no Rio de Janeiro, Lowenkron, com a publicação de Psicoterpia Breve, de 1993.
Em textos posteriores nos reportaremos aos principais conceitos que embasam a técnica da Psicoterapia Breve: Experiência Emocional Corretiva, Foco, Atividade , Planejamento e Efeito Carambola.

 
Atualmente a procura por terapias de curto prazo vem aumentando consideravelmente, tendo em vista a necessidade da população por este tipo de atendimento. A limitação econômica e a falta de tempo são fatores que levam as pessoas a procurar por tratamentos psiquiátricos e psicoterápicos que não demandem muito tempo.A Psicoterapia Breve é caracterizada por um tratamento que possui um tempo delimitado para encerrar. Daí surge a importância da avaliação e da seleção adequada de pessoas que são indicadas para este tipo de tratamento. Existem alguns aspectos que são fundamentais para entendermos o funcionamento da Psicoterapia Breve: o foco do tratamento, ou seja, um ponto específico da vida do paciente em que serão trabalhadas as questões de maneira objetiva e eficaz.Exemplificando: um luto não resolvido; uma dificuldade em terminar um relacionamento; dúvidas sobre mudança de emprego ou um adolescente que apresenta dificuldades em escolher uma profissão e preparar-se para o vestibular. A participação ativa do terapeuta e o planejamento terapêutico também são importantes na Psicoterapia Breve.
Os objetivos terapêuticos estão ligados à necessidade imediata do indivíduo, à superação dos sintomas e a problemas atuais da realidade. O enfrentamento de situações de conflito, a aquisição da consciência da enfermidade e a recuperação da auto-estima são objetivos a serem alcançados pelo terapeuta e pelo paciente. A indicação terapêutica de Psicoterapia Breve tem como fator imprescindível a motivação do paciente.
Existem situações que poderá ser necessário associar-se medicação à psicoterapia.
 
Fonte: http://www.psicobreve.com.br/?page_id=161
http://www.psicoterapiabreve.xpg.com.br/

Nenhum comentário:

Postar um comentário