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domingo, 23 de setembro de 2012

O que é Psicologia Evolutiva?

Por William A. Spriggs

evol1.jpg (14720 bytes)A Psicologia evolutiva é a ciência que busca explicar, graças aos mecanismos universais de comportamento, o porquê das ações dos seres humanos. A Psicologia evolutiva procura reconstruir os problemas com os quais nossos ancestrais se defrontaram em seus ambientes primitivos, e os comportamentos de solução de problemas que criaram para resolver esses desafios específicos. A partir da reconstrução dessas adaptações de solução de problemas, essa ciência tenta estabelecer as origens comuns de nossos comportamentos ancestrais, e como essas origens comportamentais se manifestam atualmente em culturas nas mais remotas regiões de nosso planeta. O objetivo último é o comportamento que visa a transmissão dos genes de uma geração à geração seguinte. De acordo com a definição proposta por Tooby e Cosmides:"A psicologia evolutiva constitui-se simplesmente na psicologia que leva em consideração os conhecimentos adicionais que a biologia da evolução tem a oferecer, na expectativa de que a compreensão do processo que moldou a mente humana impulsionará a descoberta de sua arquitetura."
UMA EXPLICAÇÃO MAIS DETALHADA:
A crença de que todos os seres humanos possuem áreas inatas em seus cérebro que possuem conhecimentos específicos que os auxiliam a adaptar-se aos ambientes locais, constitui o cerne da psicologia evolutiva. Essas áreas são altamente especializadas e são ativadas somente quando se necessita alguma informação. Essas áreas, ao serem ativadas, fornecem ao cérebro determinados algoritmos (instruções estruturadas) que evoluíram a partir de nossos remotos ancestrais, transmitidos para adaptar-se a todas as situações com que nós, enquanto seres humanos, agora nos defrontamos. Alguns cientistas postulam a hipótese de que essas áreas estão interconectadas às áreas de memória a longo prazo e que nos auxiliam na resolução de problemas.
Essas áreas cerebrais são conhecidas por uma variedade de denominações:
  • estruturas cognitivas avançadas;
  • mecanismos especiais de aprendizagem;
  • mecanismos de funcionamento psicológico;
  • mecanismos de funcionamento mental;
  • mecanismos computacionais funcionalmente especializados; e
  • mecanismos algorítmicos darwinianos


A capacidade de encontrar a localização exata desses módulos algorítmicos ainda está longe de ser alcançada, mas o mapeamento geral dessas áreas tem sido possível graças à varredura (scan) de cérebros que permite localizar a atividade neuronal e a partir de disfunções comportamentais resultantes de danos cerebrais ou outras patologias. Conhecer como essas áreas funcionam em relação ao meio-ambiente e à cultura nos quais os seres humanos se encontram constituem as outras áreas de pesquisas nas quais a psicologia evolutiva demonstra grande potencial. Essas áreas de pesquisa objetivam configurar modelos de comportamento baseados em estudos de primatas, em pesquisas de populações de coletores-caçadores e a partir de evidências antropológicas nas melhores probabilidades de resolução de problemas de nossos padrões ancestrais de comportamento. É a partir desses estudos que os psicólogos evolutivos constróem as probabilidades de comportamente em nossas culturas modernas e nos mostram o porquê daquilo que fazemos -- baseados na biologia.



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Os biólogos afirmam que a diferença em termos de DNA entre os seres humanos e nossos primos chimpanzés é de apenas 1.4% - isto significa que compartilhamos 98.6% de nosso genoma. Esta magnífica reprodução em bico de pena, realizada pelo renomado artista de Utah, Gregory Frehner, vai maravilhá-lo. Ambas as espécies estão ligadas entre si por hélices de DNA, em uma interpretação artística. Somente disponível aqui. Clique na imagem acima para visitar minha página na Amazon.com zShop para comprar sem receio usando seu cartão de crédito.
Na minha opinião, o motivo pelo qual a psicologia evolutiva é importante reside no fato de que tanto os pesquisadores como os eruditos, estão finalmente colaborando no sentido de alcançar um consenso sobre como o cérebro humano e, consequentemente, as emoções humanas, evoluíram. Quando soubermos como emoções tais quais o preconceito, o ódio e a raiva evoluíram, podemos começar a mudar esses mecanismos comportamentais negativos. Fazemos isso ao estarmos conscientes e controlaremos então o fluxo dessas emoções em nosso cérebro. É essa autoconsciência e autocontrole que nos torna humanos. Portanto, os criacionistas não têm nada que temer da parte dos cientistas que desejam recuar a linha do tempo da criação da humanidade de modo a incluir nossos primos primatas. Nossa consciência superior nos separa de nossa parte animal. Demonstramos que podemos controlar nossas emoções e assim mudar nossos padrões de comportamento exterior. Porém devemos reconhecer que nossos corpos ainda nos ligam ao nosso passado ancestral. Do ponto de vista do tempo evolutivo, não nos resta muito tempo antes que provoquemos, de maneira deliberada, mutações genéticas. Existem três períodos da evolução. O primeiro período nos é familiar: a Seleção natural. Aqui, os defeitos hereditários são erradicados sem a consciência humana. O segundo período é a Manipulação Deliberada: a eliminação dos defeitos genéticos através da manipulação deliberadas dos genes. O terceiro período é a Evolução Volitiva: A mutação deliberada da estrutura genética através da Terapia Gênica. (Que Deus nos socorra... por favor estudem a história da Eugenia)


Em homenagem a Charles Darwin



Embora eu tenha dificuldades em relação a alguns pontos da teoria da seleção natural de Charles Darwin, não questiono o efeito de sua teoria sobre nossa autoconsciência. A teoria da seleção natural de Darwin é monumental na direção comportamental do futuro desse planeta. Assim como seu predecessor Galileo, Darwin e suas teorias evolucionárias tem sido e ainda são, atacadas por forças religiosas amedrontadas em pensar em um mundo onde o poder da autoridade e o direito de ser o porta voz de Deus sejam diminuídos. Compreendo o medo que atiça essa sentimento: eles podem perder influência. Especialmente, o medo da diminuição da família e o caos resultante, que acontecerá se tais teorias são aceitas, não ressoa em ouvidos racionais. Mas também compreendo a importância da psicologia evolutiva e as descobertas que essa nova ciência está trazendo ao mundo quanto ao verdadeiro aprendizado do comportamento humano. A maior parte do sofrimento humano, inclusive a possibilidade de conflitos globais, resulta de nossa ignorância quanto à evolução dos mecanismos de comportamento. Isso requer a aceitação da teoria da evolução. Em 1609, quando a Igreja condenou Galileo a prisão domiciliar perpétua, as autoridades eclesiásticas recusaram-se a observar através do telescópio de Galileo e perceber a lógica de seus argumentos. A Igreja insistia que os pobres encontram conforto em Deus e se refugiam da miséria que os circundam através da permanência na ignorância. As pessoas comuns descobriram as teorias de Galileo de qualquer maneira. A verdade não pode ser escondida eternamente.


Em homenagem a Jane Goodall

Se existe alguém que tenha influenciado ao máximo a conexão humana com nossos primos primatas e que tenha transmitida essa mensagem de modo claro, esse alguém é Jane Goodall. Nascida em 3 de abril de 1934, parece que desde o início esta garotinha linda e irrequieta foi selecionada pelo destino para o aprendizado de suas tarefas futuras. Nascida no centro de Londres e criada em "The Birches, a modesta propriedade de sua família, na cidade de Bournemouth, Jane Goodall era fascinada com a natureza e os animais. Sua família a encorajava em todas as oportunidades a aumentar seus conhecimentos em qualquer assunto que a fascinasse. A religião também desempenhou um papel importante na vida dessa jovem; criada no Cristianismo e reforçada pelas estreitas relações de uma forte família matriarcal, ela aprendeu o poder das preces junto com os valores humanos da compaixão, coragem, honestidade e tolerância.
Em seu livro autobiográfico, Reason for Hope, 1999, Jane. Goodall nos conta a estória de seus primeiro animal empalhado, Jubilee, um enorme bebê chimpanzé empalhado, criado para comemorar o primeiro chimpanzé nascido no Zoológico de Londres. Porém foram as estórias de aventura de Tarzan, o Homem Macaco, escritas por Edward Rice Burrourghs que lhe forneceu a inspiração verdadeira para partir para a África e fazer o possível para ajudar os animais. Na Inglaterra, quando ainda não existia televisão ou os livros de Harry Potter para adolescentes, ela escalava a velha árvore em seu quintal e deixava sua mente vagar enquanto lia as estórias de aventuras do herói africano. Ela mesmo revela que sentia uma ponta de ciúme que se misturava com suas fantasias quando Jane entrava em cena naquelas aventuras da selva africana. Como sua família não dispunha de recursos para pagar seus estudos superiores, e devido a sua deficiência em língua estrangeira, o que significava não ser selecionada para uma bolsa de estudos, ela se desesperava para achar uma solução de como viajar para a África. Seguindo o conselho de sua mãe de que devia tornar-se uma secretária, pois "...as secretárias podem trabalhar não importa aonde", a srta. Goodall, aos 19 anos, partiu para Londres para aprender secretariado. Nessa cidade, ela passava a maior parte de seu tempo livre explorando as galerias de arte, em especial a galeria Tate e o Museu de História Natural; ela aproveitou ao máximo toda a atmosfera cultural da cidade. Mas foi só depois de receber uma carta de um antigo colega de escola convidando-a a visitar a fazenda de sua família na África, que sua vida mudou totalmente. Economizando cada centavo durante quase dois anos, a srta. Goodal, com 23 anos de idade partiu para o continente africano. Graças a uma série de circunstâncias únicas, a srta. Goodal foi introduzida a Richard Leaky que ficou tão impressionado com seu conhecimento sobre os primatas e sobre história natural que lhe ofereceu, de imediato, trabalho como sua secretária particular. Pode-se suspeitar que Leakey planejava algo mais grandioso, posto que ele acreditava que as mulheres era mais pacientes e deliberadas em suas observações científicas. O motivo que me leva a afirmar que talvez ele tivesse um grande plano era o fato de que Jane Goodall era apenas uma do trio de observadoras femininas que Leaky organizara e financiara. (Diane Fossey foi enviada para Ruanda para estudar os gorilas, Birute Galdikas foi enviada para a Indonésia para estudar os orangutangos e Goodall para o Gombe National Park para observar os chimpanzés -- por isso elas eram chamadas as "Garotas Leaky". ) Em menos de dois anos, Leaky enviou sua pupila para a selva para estudar os chimpanzés. Quando a srta. Goodall tornou-se mais familiar com os chimpanzés ela começou a dar-lhes nomes; uma prática científica imperdoável, posto que os "animais" deviam receber números e não nomes. O motivo disso era manter uma perspectiva distanciada do sujeito e não influenciar as observações. Mas, não somente ela lhes deu nomes, mas também percebia neles personalidades vívidas e emoções quase humanas - um pecado ainda maior. Isto deveu-se ao fato de que a srta. Goodal não tinha recebido sua instrução nas fábricas de ensino de ciência que nos chamamos de universidades; sua formação religiosa e moral a conduzia a observações apaixonadas e ela considerava os chimpanzés como espíritos familiares; ela apenas registrava o que observava e acreditava profundamente que suas observações eram a verdade. A ciência e a humanidade estão melhores devido a suas observações "não-científicas". Como a srta. Goodal observou e confirmou as observações de outros primatologistas, os chimpanzés apresentam comportamentos similares a todas as culturas humanas ao redor do planeta. Os chimpanzés já foram observados beijando-se, abraçando-se, dando-se as mãos, dando palminhas nas costas um do outro, pavoneando-se, fazendo cócegas, chutando e brigando. Mas sua observação mais importante surgiu quando ela viu o chimpanzé Davi Barbacinzenta usar uma ferramenta para retirar cupins do solo. Evidentemente, ninguém acreditou nela até que um fotógrafo da National Geographic capturou com sua câmara os chimpanzés de Gombe usando as ferramenta que ela havia descrito. Graças a seu amor pela natureza e pelos animais; sua determinação em alcançar seus objetivos; sua paciência nas observações; sua concordância em suportar críticas sobre suas descobertas da parte de seus colegas "diplomados"; sua coragem em enfrentar comentários maliciosos de que era "A Garota da Capa da Geographic",mas, acima de tudo, por sua dedicação em tornar esse mundo um lugar seguro através da educação dos jovens, eu homenageio a srta Goodal neste site. Ela nos dá a todos uma razão para almejar por um futuro melhor.


Em homenagem a Edward O. Wilson

Em sua obra de 1975, Sociobiology: The New Synthesis, E.O. Wilson trouxe a perspectiva evolutiva para as ciências sociais. Ele foi ruidosamente vaiado por um barulhento coro de críticos que basicamente afirmavam que Wilson queria reduzir a sociedade às leis da genética. Em seu livro, ele refere-se a sua síntese como: Sociobiologia. Os estudantes chegaram até a lhe jogar um balde de água gelada durante uma de suas palestras. A homenagem que presto é porque ele teve a coragem de anunciar suas teorias para um mundo acomodado e politicamente correto. Precisamos de mais pessoas com a sabedoria e a experiência de Wilson para nos conduzir através da escuridão de nossos comportamentos escondidos e para nos desbravar novos caminhos através do caos. Pesquisas recentes em neurociência e estudos sociais têm corroborado a maior parte de suas teorias. Hoje, minha única queixa é que Wilson nunca realmente aceitou o uso da expressão "psicologia evolutiva" e prefiro que a consideremos apenas como uma "sociobiologia humana". Sinto muito, chefão! E querem saber porque? Porque no universo das pessoas comuns, não temos tempo para palavreados floridos que nos deixam isolados e perdidos. A função do cérebro é pegar as descrições, fórmulas, teorias, problemas, etc. complicados e reduzi-los ao método mais simples e mais rápido de transmissão e transformação da informação em ação que sentimos nos seja o mais apropriado. (Existe até mesmo uma palavra para descrever o processo cerebral: Reificação). Nos velhos tempos de nossos ancestrais, isso significava sobrevivência. A expressão psicologia evolutiva tem duas palavras que ajudam o cérebro a enquadrar o sentido da síntese perfeitamente. Como demonstrado. No dia 20 de novembro de 1998 recebi a seguinte mensagem por email:
"Que FANTÁSTICO o seu site. Estava sonhando acordado no ônibus e a frase "psicologia evolutiva" surgiu na minha mente. Entrei online e comecei a navegar. O primeiro site que escolhi (no Yahoo!) foi o seu. Não preciso surfar mais. ISSO NUNCA TINHA ME ACONTECIDO ANTES! Normalmente passo horas surfando e quando finalmente encontro algo, já estou cansado. Com você gasto meu tempo aprendendo! Muito obrigado." Marge Dolane. Um outro exemplo que vem ao caso: A publicação oficial da revista da sociedade Human Behavior and Evolution Society se chama Evolution and Human Behavior. Antigamente chamava-se: Ethology and Sociobiology. Não estamos nos tornando menos inteligente enquanto espécie, mas as pessoas práticas estão tendo mais influência. Não darei ouvidos aos argumentos de "emburrecimento" da ciência . Eu acho que sei qual o motivo da relutância de Wilson. Todos os cientistas desejam crédito para sua própria teoria ou descoberta, e este estimado cientista não é uma exceção. Mas um dos testes de um grande cientistas é a humildade com que se apresenta ao mundo. Assim, no que me diz respeito, Sr. Wilson, eu o homenageio por seu insight, sabedoria e coragem. E, pelo menos neste sítio da Internet, você é o pai da psicologia evolutiva.


Em homenagem a Leda Cosmides e John Tooby

O campo da psicologia evolutiva deve muito ao antropólogo John Tooby e a psicóloga Leda Cosmides. Foi graças ao ensaio, "The Psychological Foundations of Culture" (The Adapted Mind, Barkow, J.H., Cosmides, L., and Tooby, J. (Eds.) 1992, Oxford University Press, New York), que essa ciência se unificou em uma entidade que acredita em si mesma. O ponto de vista deles é que os princípios da teoria da evolução estão sendo ignorados devido a influência dominadora do Modelo Padrão de Ciência Social e devem ser reexaminados. Esse "padrão" propõe que os seres humanos nascem com um cérebro com propósitos genéricos que não contém instruções congênitas codificadas em seu hardware (natureza), e que necessita o "preenchimento" com instruções dadas por aqueles que o rodeiam, (educação). Na opinião de Tooby e Cosmides, a incapacidade de ver a ciência da biologia em psicologia é devida essencialmente às tentativas da humanidade em ser gentil e "politicamente correta" que influenciaram as normas sociais que regiam a sociedade nos anos 60 e 70. A premissa deles no ensaio Psychological Foundation of Culture era atrasar o relógio do tempo de volta às nossas origens de primatas e renovar nossa busca por comportamento humano hoje equipadas com novos conhecimentos multidisciplinares e, "...Portanto, para compreender as relações entre a biologia e a cultura, devemos primeiro compreender a arquitetura de nossa psicologia avançada." (Ibid., p. 3). Foi essa premissa que deu origem a teoria "modular" do cérebro e a base da psicologia evolutiva. É por isso que presto homenagem a esses dois destemidos indivíduos que devem suportar as pedras e flechas das críticas da cultura popular por defender suas crenças. Penso que o ponto de vista deles sobre o futuro da psicologia evolutiva dá rumo e sentido a essa ciência e diz tudo:
"Assim como hoje alguém pode abrir o livro de Anatomia de Gray em qualquer página e encontrar uma descrição intrincadamente detalhadas de alguma parte da morfologia típica de nossa espécie evoluída, nos prevemos que em 50 ou 100 anos, será possível abrir uma obra de referência equivalente em psicologia e encontrar descrições detalhadas de processamento de informação de inúmeras adaptações da mente humana, inclusive como elas são mapeadas na neuroanatomia correspondente e como elas são construídas nos programas de desenvolvimento." Ibid., p. 68 Por esta visão e coragem, eu os homenageio nesta seção., William A. Spriggs, 19 de maio de 1999


Adendo: Em 22 de outubro de 1996, o papa João Paulo II, o líder espiritual de todos os católicos romanos, ao dirigir-se aos membros da reunião da Pontifícia Academia de Ciências em Roma, afirmou que a Igreja Católica não mantém nenhuma objeção relativa ao ensino da evolução às crianças. Ele disse que, como a alma humana emergiu dos blocos constituintes da matéria viva criada por Deus, consequentemente a Igreja não contesta os caminhos que os seres humanos tem trilhado.


Referências
"(The Adapted Mind, Barkow, J.H., Cosmides, L., and Tooby, J. (eds) 1992, Oxford University Press, New York)

fonte:http://www.cerebromente.org.br/n11/opiniao/evolutive-p.htm>

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