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terça-feira, 25 de setembro de 2012

O que é Psicoterapia Analítica Funcional?

Por  Victor Mangabeira
A FAP surge de maneira sistemática na década de 90 como uma proposta de psicoterapia baseada na análise do comportamento. Portanto, a FAP é uma das possibilidades de atendimento dentro da Terapia Comportamental. Durante o período de seu surgimento os terapeutas comportamentais focavam sua atenção para um aspecto da terapia que até então não havia recebido toda a devida análise: a relação terapêutica. Até aquele momento a relação terapêutica era utilizada para estabelecer o contato entre terapeuta e cliente necessário para aplicação de técnicas comportamentais. A FAP e outras propostas surgidas nesse período (assim como a própria Terapia Comportamental) passaram a estudar a interação terapêutica (quando separamos a relação na díade composta por terapeuta e cliente) como próprio instrumento de mudança em terapia. Mas o que isso significa? Significa dizer que a relação entre terapeuta e cliente, apesar de conter algumas especificidades, é uma relação como qualquer outra na vida do cliente. Assim, durante a interação com o terapeuta o cliente apresenta comportamentos semelhantes àqueles que ele apresenta ao se relacionar com outras pessoas em sua vida. Claro que a não são comportamentos iguais, mas isso é importantíssimo de ser notado pelo terapeuta. Como se trata de um tipo de Terapia Comportamental que aborda a interação entre cliente e terapeuta, o processo psicoterápico costuma muitas vezes ser intenso. Isto é, uma relação honesta, de cumplicidade e entrega é necessária. Nem todos os terapeutas trabalham com essa abordagem e nem todos os clientes precisam desse tipo de trabalho. Cabe ao terapeuta experiente nessa abordagem selecionar os momentos da terapia em que um trabalho como esse seja recomendado e produtivo. Em minha experiência clínica trabalhei muitas vezes utilizando a FAP e percebo que se trata de intervenções intensas e profundas, mas que promovem mudanças que demorariam a ser alcançadas de outras formas. A FAP tenta utilizar a interação terapeuta-cliente visto que esta é uma das poucas informações que o terapeuta clínico pode ter acesso direto. Para um acesso às relações tais quais se dão fora da clínica precisaríamos de um terapeuta extra-consultório (ou acompanhante terapêutico). Muitas vezes as pessoas não dispõem de tempo ou sentem-se desconfortáveis com esse tipo de trabalho.

 
A FAP é recomendada para pessoas que sofrem de problemas em relacionamentos interpessoais. Em alguns casos as pessoas não percebem que parte de seu sofrimento é originado nesse tipo de problema. Cabe ao terapeuta que utiliza a FAP identificar essas interações em seus clientes, apontar tais problemas e auxiliá-los a encontrar maneiras mais eficazes de se relacionar (que não produzam tanto sofrimento). Para um contato mais aprofundado com a FAP, desde questões teóricas até de aplicação, sugiro os livros presentes nas referências. Dúvidas e questões também podem ser enviadas diretamente pelo site.
 
 Fonte: http://www.nucleopercepcao.com.br/2011/07/o-que-e-psicoterapia-analitica-funcional/
Referências Bibliográficas
Kanter, J., Tsai, M., & Kohlenberg, R.J. (Eds.) (2010). The practice of Functional Analytic Psychotherapy. New York: Springer.
Kohlenberg, R. J., & Tsai, M. (1991). Functional Analytic Psychotherapy: A guide for creating intense and curative therapeutic relationships. New York: Plenum.
Tsai, M., Kohlenberg, R.J., Kanter, J., Kohlenberg, B., Follette, W., & Callaghan, G. (2008). A guide to Functional Analytic Psychotherapy: Awareness, courage, love and behaviorism. New York: Springer.

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