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sábado, 15 de dezembro de 2012


TEORIA DA APRENDIZAGEM SOCIAL
A aprendizagem social traduz-se na capacidade de reproduzir um comportamento observado. Este tipo de aprendizagem distingue-se de outros tipos de aprendizagem por assentar na imitação e, portanto, no fato de que sem ela tais comportamentos dificilmente seriam apreendidos.Esta teoria nasceu com o psicólogo social Albert Bandura e diz-nos que nós não aprendemos exclusivamente pelos nossos mecanismos reflexos, nem pelas consequências que esperamos dos comportamentos. Em situações sociais, aprendemos especialmente através da imitação, observação e reprodução do comportamento dos outros, ou seja, grande parte das nossas aprendizagens efetua-se através da observação dos modelos sociais existentes e com os quais contactamos. É possível aprender uma extensa gama de comportamentos sem que tenhamos de experimentá-los, bastando observá-los.
A socialização define-se como a sequência de experiências de aprendizagem social cujo resultado é a integração do indivíduo na sociedade. Deste modo, a aprendizagem social é o processo fundamental da socialização, entendendo-se por qualquer modificação dos conhecimentos ou dos comportamentos como resultado da interação com as pessoas que constituem o nosso meio social.
Esta teoria fundamenta-se em vários mecanismos, tais como: no condicionamento clássico e operante (formas de aprendizagem); na imitação e modelagem; na curiosidade e competência; na memorização e inteligibilidade; e, como último exemplo, nas aspirações e expectações.
O paradigma da aprendizagem social comporta três pressupostos: o da própria aprendizagem social, o do determinismo recíproco e o pressuposto da auto-eficácia.
O primeiro pressuposto dita que a aprendizagem ocorre por observação de um modelo, o que implica a ocorrência de quatro fases: a da modelagem (observação em si), a da reprodução ou prática do comportamento observado, a da monitorização (feedback que se recebe pela execução do comportamento) e, por último, a fase do aperfeiçoamento e reforço. O segundo pressuposto determina que as pessoas, comportamentos e ambientes interagem reciprocamente. Finalmente, o pressuposto da auto-eficácia estabelece que quer as aprendizagens se verifiquem diretamente através da prática, quer as que se verifiquem indiretamente através da observação ou persuasão, são sempre orientadas cognitivamente através da construção de teorias de auto-eficácia que regulam o comportamento dos indivíduos estabelecendo as tarefas que escolhem, bem como o esforço e a persistência na realização das mesmas.
De acordo com Albert Bandura a aquisição de conhecimento (aprendizagem) e desempenho observável baseado naquele conhecimento (comportamento). Enfatiza a importância da observação e da modelagem dos comportamentos, atitudes e respostas emocionais dos outros.

Eventos ambientais (recursos, conseqüências de ações e ambiente físico), pessoais (crenças, expectativas, atitudes e conhecimento) e comportamentos (atos individuais, escolhas e declarações verbais) interagem no processo de aprendizagem (DETERMINISMO RECÍPROCO).
"O aprendizado seria excessivamente trabalhoso, para não mencionar perigosos, se as pessoas dependessem somente dos efeitos de suas próprias ações para informá-las sobre o que fazer. Por sorte, a maior parte do comportamento humano é aprendido pela observação através da modelagem. Pela observação dos outros, uma pessoa forma uma idéia de como novos comportamentos são executados e, em ocasiões posteriores, esta informação codificada serve como um guia para a ação." (Bandura, 1977, p22). 
Æ Aprendizagem ativa é aprender, fazendo (e experimentando as conseqüências da ação).
Æ Aprendizagem indireta é aprender, observando os outros.
Aprendizagem por observação
a)                  Por intermédio de reforço indireto: recompensa ou punição de outrem;
b)                 Pela expectativa de ser reforçado pelo domínio;
c)                  Pela identificação com o modelo admirado ou de status elevado;
Os processos componentes que estão por trás do aprendizado pela observação são:
(1) Atenção, incluindo os eventos apresentados (clareza, valência afetiva, complexidade, freqüência, valor funcional) e as características do observador (capacidades sensoriais, nível de atenção despertada, conjunto de percepção, reforço anterior).
((2) Retenção, incluindo codificação simbólica, organização cognitiva, ensaio simbólico, ensaio motor);
(3) Reprodução motora, incluindo capacidades físicas, auto-observação da reprodução, exatidão do retorno;
((4) Motivação, incluindo reforço externo, indireto e próprio controle dos próprios reforçadores). 
Auto-regulação e modificação cognitiva do comportamento
Automanejo: programa de mudança de comportamento básico (estabelecimento de objetivos, observação de seu próprio trabalho, manutenção de registros e avaliação do próprio desempenho, seleção e liberação de reforço).
a)       Estabelecimento de objetivos específicos, tornando-os públicos;
b)      Registro e avaliação de progresso através de mapa, diário, listagem com a freqüência ou duração dos comportamentos em questão;
c)       Auto-reforço .
Auto-instrução e modificação cognitiva do comportamento
a)         Um modelo adulto realiza uma tarefa enquanto fala consigo mesmo em voz alta (modelagem cognitiva);
b)         A criança realiza a mesma tarefa sob direção das instruções do modelo (orientação aberta, externa);
c)         A criança realiza a tarefa enquanto instrui a si mesma em voz alta (alto-orientação, aberta);
d)        A criança murmura as instruções para si mesma enquanto realiza a tarefa (auto-orientação, aberta, enfraquecida);
e)         a criança realiza a tarefa enquanto orienta seu desempenho por meio de fala privada (auto-instrução velada).
Âmbito/Aplicação: 
Æ    Compreensão das desordens agressivas (Bandura, 1973) e psicológicas, em especial no contexto da modificação do comportamento (Bandura, 1969).
Æ    Técnica de modelagem de comportamento que é muito usada em programas de treinamento.
Exemplo:
Os comerciais sugerem que, ao consumir certa bebida, ou usar um determinado xampu, vamos nos tornar populares e ganhar a admiração de pessoas atraentes. Dependendo dos processos dos componentes envolvidos (como atenção ou motivação), podemos fazer um modelo do comportamento mostrado no comercial e comprar o produto que está sendo anunciado.
Princípios:
1. O nível mais alto de aprendizado de observação é alcançado, primeiro, organizando e ensaiando o comportamento-modelo de modo simbólico e, depois, representando-o publicamente. A codificação de um comportamento modelado em palavras, rótulos ou imagens, resulta em retenção mais eficiente do que aquela proporcionada pela observação.
2. É mais provável que os indivíduos adotem um comportamento como modelo se ele produzir resultados que eles valorizam.
3. É mais provável que os indivíduos adotem um comportamento como modelo, se o modelo for parecido com o observador.
CONCEITOS
Auto-eficácia: senso de uma pessoa de ser capaz de lidar efetivamente com uma tarefa particular. Modelagem: mudança no comportamento, pensamento, ou emoções que ocorrem por meio da observação de uma outra pessoa - um modelo. Modificação cognitiva do comportamento: procedimentos baseados nos princípios comportamentais e cognitivos de aprendizagem para mudar seu próprio comportamento, usando fala privada e auto-instrução. Auto-instrução: falar consigo mesmo, executando os passos de uma tarefa.
Em conclusão, na teoria da aprendizagem social, a aprendizagem por observação não é automática (não basta a simples exposição a um modelo é preciso ativar um conjunto de processos) e a observação do comportamento dos outros permite formar uma imagem cognitiva de modo a agirmos e, posteriormente, servir como guia para as nossas ações. Neste paradigma, considera-se que a nossa aprendizagem seria muito mais demorada e deficiente se dependesse exclusivamente dos resultados do nosso comportamento.
Sobre o autor
Albert Bandura (1925-) é doutor em psicologia social. Nasceu no Canadá. Licenciou-se em Psicologia na Universidade de British Columbia, em 1949. Em 1952 doutourou-se na Universidade de Iowa, onde entrou em contato com a tradição condutista e a teoria da aprendizagem. Em 1953 começou seu trabalho como professor na Universidade de Stanford.
Entre seus livros mais importantes cabe citar: Principles of Behavior Modification (1969); Aggression: A Social Learning Analysis (1973); Social Leaning Theory (1977); Thought and Action (1985) y Self-Efficacy: The Exercise of Control (1997). 
Referências: 
Æ    Woolfolk, Anita E. Psicologia da educação. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 2000.
Æ    http://www.infopedia.pt/$aprendizagem-social

 

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