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quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

DOENÇA PSICOSSOMÁTICA

Achei muito interessante esse artigo...decidi publicá-lo no meu Blog.
Por: Elídio Almeida

O termo “doença psicossomática” tem sido cada vez mais usado entre as pessoas, principalmente por médicos e outros profissionais de saúde. Também tem crescido o número de pessoas que procuram atendimento psicológico em busca de alívio para as dificuldades relacionadas a este mal. A psicossomática é uma doença caracterizada por sinais e manifestações apresentadas pelo corpo, onde os exames médicos não conseguem descobrir uma origem orgânica ou biológica para o sintoma. Quando isso acontece os médicos costumam dizer: “Você não tem nada, isso é psicológico”, ou dizem: “isso é coisa da sua cabeça”. Mas e a psicologia, como encara a doença psicossomática? Os estudos das doenças psicossomáticas evoluíram bastante no campo da psicologia. As primeiras intervenções vieram a partir das descobertas de Freud e seu estudo da histeria. Desde aquela época ele via o ser humano numa divisão entre “corpo” e “mente” e tentativa entender as relações e influências entre um ponto e outro dessa divisão. Hoje, sobretudo a partir dos estudos do estresse feitos pelo Behaviorismo, a análise do comportamento não faz essa divisão, pois entende que os comportamentos e emoções são produtos do contexto no qual estamos expostos. E é justamente esse contexto que vai nos mostrar o que originou e o que mantém a doença psicossomática.
Para você compreender melhor, pense no seguinte exemplo: Ricardo reparou que sua barba começou a cair em uma região do seu rosto. Preocupado, procurou um dermatologista e outros médicos para resolver o problema. Tomou vários remédios, fez vários exames, mas o problema persistiu, até que um médico lhe disse que aquilo era uma doença psicossomática e que ele deveria procurar um psicólogo. Na psicoterapia, Ricardo se deu conta de alguns aspectos de sua vida: ele é um rapaz que convive diariamente num ambiente muito tenso e estressante e que ele ainda não desenvolveu um repertório comportamental que possibilite agir sobre o contexto para evitar essa situação. Conviver o tempo todo com o estresse faz com que ele sinta seu coração descompassado, uma diminuição da circulação do sangue e, com o passar das horas, surgem manchas vermelhas em algumas partes do seu corpo. Como o ambiente é sempre estressante e as manchas surgem sempre no mesmo lugar, os pelos que havia naquela região começaram a cair. Ele descobriu que estava “somatizando” todo o estresse que ele vivia. Somatizar é manifestar no corpo, na forma de uma doença ou um sintoma, algum conflito emocional. Por exemplo, uma pessoa ansiosa que sente dor de cabeça ou de estômago, como resultado da sua ansiedade.  A redução parcial ou total de pelos ou cabelos em uma determinada área de pele é  conhecido como Alopécia. No caso do personagem fictício Ricardo, o contexto de estresse e ansiedade constante em que ele vivia causava a queda dos pelos de sua barba. Tal contexto produzia alterações no sistema neurovegetativo e dessa forma a doença psicossomática se instalou. Lógico que alguns remédios que ele usou até pode ter apresentado alguma melhoras ou redução dos sinais e sintomas, mas não resolveu o problema, pois o que causava e mantinha a queda ainda estava presente no seu dia a dia, que era ambiente extremamente tenso. Outro aspecto interessante que podemos pensar sobre esse exemplo é a forma de tratamento e como enfrentar esse problema.  Observe que se uma pessoa vai ao médico e descobre que tem uma doença grave, o simples fato da descoberta não garante a cura. O mesmo acontece com as doenças psicossomáticas. Mesmo depois de descobrir o que tem causado e o que mantém a doença psicossomática, o processo terapêutico deve continuar para descobrirmos formas de mudar o contexto e ter mais eficiência no processo de enfrentamento. Ter uma doença psicossomática não significa que a dor e a enfermidade não existam. Pelo contrário, a pessoa realmente está em sofrimento, sente as dores, observa as feridas, as marcas, queda do seu cabelo ou dos pelos de seu corpo… e mesmo não tendo sido diagnosticada uma causa biológica ou orgânica, a pessoa sabe que há algo errado consigo e isso gera muito sofrimento. Minha recomendação é sempre ficar atento aos ambientes que frequentamos, como nos comportamos em cada um deles, que dicas esses ambientes nos dão sobre nossos comportamentos e quais são as consequências diretas e indiretas em nossa vida. De início isso pode não parecer assim tão fácil, mas juntos podemos compreender melhor essas situações.
 

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